quinta-feira, 8 de junho de 2023

Funcho e erva-doce são a mesma coisa?

Se você gosta de chás e estuda fitoterapia, é provável que você já tenha confundido o funcho com a erva-doce em algum momento! Também conhecida como funcho-doce, essa herbácea é considerada uma erva medicinal. 

Mas antes de explicar, sugiro que você me siga no instagram: @drfredericolobo para mais informações de qualidade em Nutrologia e Medicina. Lá, posto principalmente nos stories, informação de qualidade e no feed, junto com meus afilhados postamos sobre vários temas.

A espécie Foeniculum vulgare é muito bem aproveitada por aqueles que a consomem, seja na culinária ou como bebida. Nativo da Europa e do Norte da África, o funcho é uma planta silvestre disseminada em larga escala no Mediterrâneo, mas também pelo mundo afora. A herbácea é extremamente aromática e muito bem aproveitada pela indústria farmacêutica e de cosméticos. Dela é possível extrair o óleo essencial de funcho, que tem efeito relaxante. Porém, além disso, a planta também é considerada um ótimo ingrediente para preparos culinários e receitas medicinais.

Mas qual a diferença entre funcho e erva-doce?

Apesar de ser muito confundido com a erva-doce (Pimpinella anisum), o funcho-doce possui aspectos que o diferencia fortemente da outra espécie. Ambas têm o talo e as folhas consumidas em receitas e apresentam sabor semelhante, mas possuem propriedades variantes. 




A Foeniculum vulgare se destaca pelas flores amarelas e rendadas, diferentemente da erva-doce, que tem flores brancas. Os motivos para consumir o chá de erva-doce são bem específicos, assim como no caso do chá de funcho.

Funcho: flores amarelas

Erva-doce


Planta medicinal melhora digestão e reduz gases

O funcho tem algumas propriedades medicinais para a saúde digestiva. O alimento conta com diversos nutrientes em sua composição, como fibras alimentares, vitaminas do tipo A, C e do complexo B, além de sais minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio, sódio e zinco. Todos em quantidades muito pequenas. O funcho tem ações expectorantes e pode ajudar em sintomas gastrintestinais.

O consumo da planta medicinal é muito indicado para pessoas que sofrem com flatulências e dores abdominais constantes. Além disso, a erva apresenta efeitos positivos para o tratamento de outros tipos de problemas relacionados ao sistema digestivo, facilitando o processo de digestão - mesmo em casos de comidas mais pesadas - e a absorção dos nutrientes. O funcho também ajuda na redução do mau hálito.

Saiba para que serve chá de funcho e como fazê-lo

O chá de funcho é uma boa opção para pessoas de qualquer idade que estejam sofrendo de problemas digestivos ou intestinais (mas antes passe em consulta médica). A bebida é bem simples de ser preparada. Para fazer o chá, você deve utilizar 1 colher de sementes de funcho ou as folhas da planta trituradas. Coloque-as em uma xícara de água fervente, tampe e espere de 12 a 15 minutos para a infusão ser concluída e a bebida fique morna. Depois, coe para retirar os resíduos do alimento. Por fim, é só beber!

Abaixo algumas receitas que você pode fazer com a erva-doce.











Vamos falar de desnutrição hospitalar?

Você sabia que as taxas de desnutrição hospitalar só pioram? E você: médico, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiro, técnico de enfermagem, profissional de saúde, pode ajudar a combater isso!

Se informe sobre a desnutrição, observe seu paciente, atente-se às queixas gastrointestinais, procure ativamente ver se seu paciente está recebendo o aporte calórico e proteico que ele precisa!

A Campanha Diga não à Desnutrição é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) que visa tornar de conhecimento público a prevalência, os problemas causados pela desnutrição hospitalar.


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Referências Bibliográficas

1. Barker LA, Gout BS, Crowe TC. Hospital malnutrition: prevalence, identification and impact on patients and the healthcare system. Int J Environ Res Public Health. 2011 Feb;8(2):514-27. doi: 10.3390/ijerph8020514. Epub 2011 Feb 16. PMID: 21556200; PMCID: PMC3084475.
2. Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MI. Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients. Nutrition. 2001 Jul-Aug;17(7-8):573-80. doi: 10.1016/s0899-9007(01)00573-1. PMID: 11448575.
3. Correia, M.I.T. and Waitzberg, D.L. (2003) The Impact of Malnutrition on Morbidity, Mortality, Length of Hospital Stay and Costs Evaluated through a Multivariate Model Analysis. Clinical Nutrition, 22, 235-239.
https://doi.org/10.1016/S0261-5614(02)00215-7








Junho verde - Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar

A desnutrição é definida como o estado resultante da deficiência de nutrientes que podem causar alterações na composição corporal, funcionalidade e estado mental com prejuízo no desfecho clínico. Pode ser causada por fatores de privação alimentar, doenças, idade avançada, isolados ou combinados.

Esta condição é frequentemente encontrada no ambiente hospitalar. Muitas vezes negligenciada, apesar de afetar desfavoravelmente a saúde da população, a desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de mortalidade. Fora isso, acarreta considerável aumento dos custos hospitalares.

Trata-se de um dos maiores problemas de saúde pública em países subdesenvolvidos e, também, em nações desenvolvidas. A taxa de desnutrição varia entre 20 e 50% em adultos hospitalizados, sendo de 40 a 60% no momento da admissão do paciente, isso em países latino-americanos. Durante a hospitalização, pacientes idosos, críticos ou aqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos apresentam maior risco de desnutrição, com importante impacto econômico.

Uma revisão sistemática, publicada por Correia et al. em 2016, avaliou 66 publicações latino-americanas (12 países, aproximadamente 30.000 pacientes) e confirmou a manutenção da alta prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados. 

Dado semelhante foi publicado em 1998, extraído do inquérito brasileiro, difundido mundialmente e conhecido como IBRANUTRI. Este estudo, promovido e realizado pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), avaliou 4 mil pacientes internados na rede pública hospitalar de vários estados brasileiros e do Distrito Federal. A prevalência da desnutrição foi de 48,1%, sendo que 12,6% dos pacientes apresentavam desnutrição grave e 35,5%, moderada. As regiões Norte e Nordeste tiveram maior prevalência, chegando a 78,8% na cidade de Belém do Pará. Há 20 anos estes dados foram publicados e o cenário permanece imutável até os dias atuais.

A identificação precoce da desnutrição, por meio de ferramentas validadas, possibilita estabelecer conduta nutricional mais apropriada e o grande desafio é evitar a piora do quadro e tentar recuperar o estado nutricional. Os crescentes conhecimentos entre os profissionais de nutrição e da saúde em geral, aliados aos avanços significativos em nutrição, têm proporcionado atendimento direcionado e especializado ao paciente hospitalizado, o que está associado a melhorias nos desfechos.
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A Associação Britânica de Nutrição Enteral e Parenteral (BAPEN) mostrou dados realizados durante a “Semana de Triagem Nutricional” em 2007, 2008 e 2010 que indicaram que um em cada três pacientes chegam ao hospital apresentando algum risco nutricional. Tais estudos demonstraram ainda, que houve aumento de 2007 para 2008 de 28% e de 2008 para 2010 de 34%, no tocante à taxa de pacientes admitidos com deficiência nutricional9. Estes altos índices de comprometimento nutricional podem ser evitados se o cuidado nutricional ganhar a devida atenção! Assim, o diagnóstico precoce da desnutrição, bem como o adequado “manejo”, é necessário, com o intuito de prevenir o status deficitário ou evitar o agravamento.

Desta forma, o objetivo desta campanha é reduzir as taxas de desnutrição por meio de uma série de ações que incluem triagem, diagnóstico, manejo e tratamento da desnutrição. Para facilitar a maneira de difundir este conhecimento, foi desenvolvido método mnemônico com a palavra “DESNUTRIÇÃO”, abordando cada letra inicial de forma simples, desde o conceito até o tratamento da desnutrição, conforme registrado no Quadro 1.

Os 11 passos do combate à desnutrição serão descritos detalhadamente nos tópicos abaixo:


Fonte: http://arquivos.braspen.org/journal/jan-fev-mar-2018/15-Campanha-diga-nao-aadesnutricao.pdf


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Anorexia - Por Dra. Lia Bataglini

No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:
  • Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
  • Anorexia
  • Bulimia
  • Ortorexia
  • Vigorexia

Hoje a minha afilhada Dra. Lia Bataglini falará sobre Anorexia.

Dr. Frederico Lobo


















Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Ortorexia - Por Dra. Beth Jong

No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:

Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
Anorexia
Bulimia
Ortorexia
Vigorexia

Hoje a minha amiga e Nutróloga Dra. Beth Jong falará sobre Ortorexia

Dr. Frederico Lobo








Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Bulimia - Por Dra. Camila Froehner

 No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:

Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
Anorexia
Bulimia
Ortorexia
Vigorexia

Hoje a minha afilhada Dra. Camila Froehner - Especialista em Clínica médica falará um pouco sobre o Bulimia.


Dr. Frederico Lobo














Semana de Conscientização dos transtornos alimentares - Vigorexia - Por Dra. Helena Bacha

No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:

  • Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
  • Anorexia
  • Bulimia
  • Ortorexia
  • Vigorexia
Hoje a minha afilhada Dra. Helena Bacha- residente de Nutrologia no HC-USP falará um pouco sobre o Vigorexia

Dr. Frederico Lobo

Vigorexia e a obsessão por um corpo perfeito! 💪🏻

Estamos na semana de conscientização de transtornos alimentares e corporais.

Hoje falaremos sobre a Vigorexia! Já ouviu falar?

A vigorexia é um transtorno dismórfico corporal, classificado no espectro do transtorno obsessivo-compulsivo, que leva o portador a uma autoimagem diferente da imagem real. 😵‍💫

Vem conferir mais sobre isso! ❣️

Uma curiosidade: ela também é chamada de "Síndrome de Adônis". Na mitologia grega, Adônis era um homem mortal de grande beleza que despertou o amor de duas deusas,  Perséfone e Afrodite, que passaram a ser rivais para disputar o seu amor. 💘

📚 Referências bibliográficas:

1. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

2. Soler, P. T., Fernandes, H. M., Damasceno, V. O., & Novaes, J. S.. (2013). Vigorexia e níveis de dependência de exercício em frequentadores de academias e fisiculturistas. Revista Brasileira De Medicina Do Esporte, 19(5), 343–348

3. SANTOS, C. A. dos .; BEZERRA, G. K. de A. .; BARBOSA, M. S. da S. .; CUNHA, F. T.; BARBOSA, S. M. da S. .; OLIVEIRA, D. C. de . Vigorexia, an eating disorder in modern times. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 5, p. e16710514817, 2021




















Semana de conscientização dos transtornos alimentares - Transtorno de Compulsão alimentar - Por Dra. Lia Bataglini

 No dia 02/06 comera-se o Dia da conscientização dos transtornos alimentares. Então nós do Movimento Nutrologia Brasil estamos fazendo postagens para esclarecer leigos e profissionais da saúde sobre a importância de se reconhecer os transtornos e orientar a busca por auxílio médico. 

Os principais transtornos alimentares são:

  • Transtorno de compulsão alimentar, antigamente denominado de Transtorno de Compulsão alimentar Periódica (TCAP)
  • Anorexia
  • Bulimia
  • Ortorexia
  • Vigorexia
Hoje a minha afilhada Dra. Lia Bataglini - residente de Nutrologia no HC-USP falará um pouco sobre o TCA. 

Dr. Frederico Lobo












quarta-feira, 31 de maio de 2023

Tirzepatida: o uso indiscriminado chama atenção de especialistas

Apesar de ainda não ter sido aprovada pela Anvisa, a tirzepatida (Mounjaro™) vem sendo indicada por médicos para perda ponderal no Brasil. “Alguns médicos estão orientando que seus pacientes comprem fora do Brasil, uma vez que o medicamento não está à venda no país, e há muitas pessoas já utilizando [o medicamento] por conta própria”, afirmou o endocrinologista e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Fábio Ferreira de Moura, segundo o qual, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) consideram divulgar em breve um comunicado oficial em defesa da regulação da prescrição deste e dos outros novos medicamentos que levam à rápida perda de peso, como a semaglutida.

"Devemos estar atentos à possibilidade de efeitos adversos inesperados da tirzepatida e de outros fármacos descobertos recentemente, especialmente diante do cenário de uso indiscriminado dessas substâncias”, acrescentou Dr. Fábio.

Primeira de uma nova classe terapêutica de agonistas duplos dos receptores de polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose e do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1, sigla do inglês), a tirzepatida foi formulada para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2, indicação para a qual foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos em 2022. No entanto, o seu potencial para perda ponderal mostrou-se significativo e, atualmente, a fabricante do fármaco (Eli Lilly) está conduzindo o segundo ensaio clínico global de fase 3 para avaliar a segurança e eficácia da tirzepatida para perda ponderal em pacientes com diabetes tipo 2. No Brasil, a Anvisa ainda não aprovou o uso do medicamento para nenhuma indicação ─ diabetes ou perda ponderal.

As redes sociais e os noticiários estão repletos de menções aos “medicamentos milagrosos” para a perda ponderal, referindo-se a esses fármacos. No entanto, além da ausência de ensaios clínicos comprovando a segurança e eficácia da tirzepatida para esse fim, vale ressaltar que o medicamento é contraindicado para pacientes com história ou quadro atual de pancreatite e neoplasia endócrina múltipla, especialmente carcinoma medular de tireoide, e os eventos adversos associados ao uso indiscriminado deste medicamento ainda são desconhecidos. Entre os que já se tem registro estão náuseas, vômitos, diarreia e aumento da chance de formação de cálculos biliares.

O Dr. Fábio reforçou que qualquer tratamento antiobesidade deve ter abordagem multidisciplinar, incluindo preparação psicológica, orientação e acompanhamento profissional para mudanças no estilo de vida, o que implica associar o uso do medicamento a alimentação equilibrada e saudável, prática regular de exercícios físicos e terapia cognitivo-comportamental.

Uso por crianças e adolescentes

Como a semaglutida foi aprovada nos EUA para tratamento de pacientes com obesidade a partir dos 12 anos de idade, o endocrinologista pediátrico Dr. Ricardo Fernando Arrais acredita que, a Anvisa também libere a tirzepatida para uso em crianças e adolescentes, desde que com cuidados redobrados e supervisão multiprofissional. De acordo com o Dr. Ricardo, desde a década de 1990 há um aumento progressivo de casos de diabetes mellitus tipo 2 e obesidade nessa população, e, quanto antes esses problemas forem identificados e tratados nas crianças e adolescentes, maior a eficácia da intervenção.

O Dr. Ricardo salientou que as diretrizes da American Academy Of Pediatrics (AAP) reforçam a importância de não prolongar demais o tratamento farmacológico. “Nossa tarefa é utilizar esses medicamentos pelo menor tempo possível, até que se consiga reverter ou estabilizar a doença com uma dose pequena [associadas a] mudanças efetivas de hábitos”, disse. “O tratamento deve ser abrangente e individualizado, envolvendo familiares; [também] são essenciais a proximidade e o contato permanente [dos médicos] com os pacientes”, acrescentou.